Já vi isso inúmeras vezes num sem número de empresas de todos os tamanhos em diferentes mercados: marketing puxando para um lado, vendas esbravejando para outro.
E não precisaria ser assim.
Em verdade, não deveria ser assim.
Afinal, são departamentos diferentes com objetivos diferentes, com pessoas de perfil diferente, com chefes diferentes e processos diferentes.
Um é visto, tradicionalmente, como centro de custos o outro, de resultados.
Um, gasta dinheiro, o outro ganha.
Correta ou incorretamente, uns são percebidos como lentos e carregados de devaneios. Os outros, velozes, tentando o tempo todo fazer dinheiro, fechar negócios.
Na maior parte das vezes, os dois pouco se falam.
Temos ouvido histórias de diretores comerciais e de vendas, que mostram que muitas vezes o marketing é visto pela organização de vendas com indiferença e até desprezo.
- “O marketing cuida de comunicação, pesquisa, eventos e outras atividades chamadas, por alguns, de fru fru. O outro, de negócios. ”
- “O marketing fica planejando enquanto o pessoal de vendas está no campo, vendendo. ”
- “O pessoal de marketing planeja ações de longo prazo, a grande maioria sem nenhum impacto sobre a receita. Ações difíceis de quantificar e medir. O pessoal de vendas, ao contrário, negocia com clientes, prospects e trade para fechar as suas cotas, quantificadas e simples de medir. ”
Na outra ponta, diretores de marketing também saem dando tiro:
- Os caras de vendas ignoram tudo o que propomos. ”
- “Acham que as campanhas que fazemos não servem para nada, reclamam de tudo. ”
- “Eles não pensam. ”
A divergência, posta dessa forma em termos anedóticos, leva a uma verdade que definitivamente não é anedota: a estrutura de vendas transformada num setor pouco produtivo e o marketing pouco útil para ajudar os vendedores.
Estou seguro – e isso também, felizmente, tenho visto em muitas empresas– de que a convivência saudável marketing/vendas leva a resultados palpáveis.
Em outras palavras, sim, é possível fazer com que o marketing ajude o pessoal de vendas a vender mais e melhor.
Entre outras tantas coisas que poderiam estar sendo lembradas aqui, o marketing contribui muito quando desenvolve atividades de pré-vendas, adequadas tanto ao mercado como à força de vendas e à sua realidade de negócios. Aumenta com isso o tempo produtivo dos vendedores e dá qualidade ao tempo adicional que acaba sendo criado.
A convergência entre marketing e vendas é totalmente factível e contribui para que as empresas atinjam seus objetivos de vendas sem desperdiçar dinheiro.
Formado em Administração de Empresas pela FGV SP, tem mais de 40 anos de experiência em marketing, vendas e comunicação. Desenvolveu trabalhos para Citibank; Bacardi; Allianz; CEAL; Compaq; Credicard; Ericsson; Fedex; Ford; IBM; Microsoft; Motorola; Polibrasil; Pfizer; P&G; Reckitt Benckiser; Redecard; Roche; Sky; Sony; Syngenta; Telefônica e Unilever.