Quando uma empresa – e sua reputação – têm nome, sobrenome e marca, o momento da sucessão pode ser a grande oportunidade de apresentar o enriquecimento de seus valores
A novela Terra em Paixão, no ar em horário nobre da TV Globo, chama a atenção para um aspecto significativo em um enorme número de empresas nacionais de todos os portes: a passagem de bastão da liderança para a nova geração de companhias familiares.
A questão deve ser enfrentada estratégica, administrativa e legalmente o quanto antes e, claro, de maneira profissional. Mas um dos pontos que não pode ser deixado de lado, ou não receber a atenção devida, é a questão da reputação.
Quando uma empresa – e sua reputação – têm nome, sobrenome e marca, o momento da sucessão é crítico. Isso porque muitas vezes uma grande porção da reputação angariada ao longo do tempo está diretamente ligada ao dono da empresa, seu fundador ou patriarca, cujos valores construíram o negócio, garantindo sua sobrevivência e crescimento.
A questão é que uma nova geração, além de sustentar os valores primordiais da organização, traz consigo novos valores geracionais e, por vezes, até disruptivos, desde um olhar mais amigável a novas tecnologias e relacionamentos digitais até maior preocupação com questões relacionadas a ESG, aquelas envolvendo aspectos sociais, ambientais e de governança.
A oportunidade para ganho reputacional neste momento é gigante. É hora de reafirmar o quanto a empresa vai honrar suas origens, seja junto a funcionários, clientes, fornecedores, bancos, comunidades vizinhas ou quaisquer outros públicos de interesse (stakeholders). Mas também é momento de plantar a semente do futuro que se avizinha, sejam quais forem as novas diretrizes que uma geração mais jovem pode agregar à marca, produtos, serviços e, claro, à reputação construída cuidadosamente ao longo dos anos.
Vale a pena dedicar atenção a este detalhe, além de avaliar contratos, perfil e desejo dos sucessores e outras questões que chamam a atenção do público da telenovela. Afinal, a reputação é um bem intangível, mas precioso, cuja sutileza dificulta sua documentação, mas cuja solidez foi suficiente para ser um dos grandes pilares de apoio dos negócios no passado e deve ser mantida no presente e preparada para o futuro.
Mestre em Comunicação pela UNIP, pós-graduada em Marketing pela ESPM e Flórida International University, com mais de 25 anos de experiência no mercado atuando, principalmente, nas áreas de Planejamento, Marketing e Comunicação em diversos perfis de empresas. Professora e Palestrante para cursos de graduação e pós-graduação. É coautora do Livro: Um Profissional para 2020 – Editora B4.