A expressão “engenheiro de obra pronta” é suficientemente conhecida e não seria eu, por atuar numa consultoria que tem foco justamente em reputação de marcas e empresas, que começaria agora a ditar regras a respeito do que a Prevent Sênior fez, porque fez, como fez, como deveria ter feito e sobretudo o que deveria fazer para proteger seu nome quando ele está mergulhado numa tempestade perfeita.
Seria insano.
Nesta altura, dá para imaginar o que deve estar se passando num “Gabinete de Crise” que tenha sido criado, e ninguém sabe como tudo terminará, de que forma tudo isso afetará a empresa e, pior, o que acontecerá aos milhares e milhares de pessoas que correm o risco de ficar sem assistência médica, a maioria numa faixa etária que não consegue sequer se filiar aos planos de saúde cujas portas estão abertas, basicamente, a jovens com muito menor chance de precisarem de atendimento.
Uma coisa é certa: zelar pela reputação de uma empresa é mandatório, não importa o seu tamanho, ramo de atividade, localização ou o que seja.
Não se trata de simplesmente, em sentido figurado, contratar meia dúzia de bombeiros e ficar à espera de um incêndio para ver no que dá.
Política de gerenciamento da reputação é muito mais do que se preparar para desastres.
Pelo contrário, empresa que zela pelo seu nome em período integral tem menos chances de que os desastres aconteçam. Sem falar de todos os benefícios que esse gerenciamento traz consigo, seja junto a clientes, fornecedores, mercado financeiro, formadores de opinião, públicos internos e por aí vai.
A propósito, acabei de receber de um grande amigo uma pergunta sobre “o que faria se fosse o manda chuva da Prevent Sênior”. A resposta é simples: só saberia o que fazer se tivesse o imenso volume de informações que o principal executivo da empresa tem, e não tenho. Responder só por responder e para mostrar sapiência, seria pôr na cabeça o boné de engenheiro de obra pronta.
Comentário final, de caráter meramente pessoal: vacilei muito ao deixar o plano de saúde que tinha e me bandeei para a Prevent: lamento muito que a empresa esteja passando por essa fase. Só tenho tido boas experiências na qualidade de cliente.
Jornalista e Publicitário, sócio da Percepta, teve a felicidade de trabalhar em agências que tinham em comum a crença de que a frase “ A Propaganda é a Alma do Negócio” estava longe de ser uma verdade definitiva. Foi sócio da Lage, Stabel & Guerreiro BBDO. Foi ainda Vice-Presidente da Norton Publicidade, Sócio Fundador da Grey Direct no Brasil, Sócio Diretor da B-to-B Marketing Communication.